Thursday, March 8, 2007

Belas e perigosas

A introdução de espécies exóticas num ecossistema pode ter graves consequências para as espécies indígenas e provocar grandes prejuízos económicos.
Este tipo de invasão biológica constitui, após a perda de habitat, a maior ameaça para a biodiversidade, afirmou Jeffrey A. McNeely, cientista da União Mundial para a Natureza (IUCN). As invasões biológicas são ainda reconhecidas pela Convenção para a Diversidade Biológica como uma das principais causas das alterações globais do planeta.
No nosso país, existem plantas que são consideradas problemáticas. Como um bom exemplo disso temos as espécies do género Acacia.


Estas plantas, muitas delas originárias da Austrália, produzem uma grande quantidade de sementes e a germinação é estimulada pelo fogo. Estes factores são, pois, responsáveis pelo sucesso de colonização da espécie, bem como o facto de ser uma planta utilizada para a fixação de dunas e como ornamental em jardins (devido às suas flores). Nem as nossas áreas protegidas escapam a esta invasão exótica, como é o caso do Parque Nacional da Peneda-Gerês e da Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto. Nalgumas zonas, as acácias formam extensas áreas quase mono-específicas, pois impedem o desenvolvimento de outras espécies.


Já se tentaram várias metodologias para erradicar estas plantas, mas esta tarefa tem-se mostrado infrutífera, devido, em parte, à sua notável capacidade de regeneração. A melhor solução para impedir que uma espécie se torne invasora é prevenir a sua entrada e, em seguida, a sua fixação e expansão. Porém, isto implica uma monitorização atenta e preventiva da situação ao nível nacional e a efectiva capacidade para intervir rapidamente e com determinação. Dever-se-ia apostar mais na arborização dos nossos terrenos com espécies nativas, pois só assim se promove a diversidade de uma determinada região.


2 comments:

Edmundo Bolinhas said...

Esta entrada despertou-me a curiosidade e encontrei uma página sobre plantas invasoras em Portugal, onde se pode encontrar informação sobre etapas do processo de invasão, impacto das espécies invasoras, suas características e muitas outras informações.

Maria Helena Ribeiro said...

A falta de informação acerca da ecologia das espécies invasoras e seus efeitos sobre os ecossistemas locais é um dos principais impedimentos à implementação de respostas adequadas. Neste sentido está a ser desenvolvida pelo GIPS (Global Invasive Spcies Program) uma base de dados das espécies invasoras à escala global e, a nível nacional, vários projectos de investigação estão a decorrer de forma a identificar as acções que mais eficazmente permitem o seu controle e irradicação, como é o caso do projecto INVADER, para ecossistemas invadidos por Acácia (Proença et al.,2006, citado em "Avaliação Ambiental Estratégica do Programa de Desenvolvimento Rural 2007-2013 de Portugal-Continente", versão preliminar, Documento 2 - Avaliação, IST, 11 de Dezembro de 2006, Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.