Friday, February 16, 2007

Nau dos corvos

A Pedra da Nau, também conhecida por nau dos corvos, junto ao cabo carvoeiro, é um fabuloso rochedo no qual pousam os corvos marinhos e as gaivotas, permitindo assim a observação directa de aves marinhas.


Esta formação rochosa faz lembrar uma nau quinhentista, daí o seu nome.
Constitui um bom exemplo de erosão litoral e diferencial (tipo de erosão que se deve à existência de comportamentos diferenciados das rochas face aos agentes erosivos).
É, actualmente, um dos pontos de referência para quem visita a zona de Peniche.

Thursday, February 15, 2007


Serra de Monchique – Algarve

Em termos de património geológico a serra de Monchique evidencia dois cumes gémeos de origem vulcânica – a Foia e a Picota – que atingem 902 m e 744 m de altitude, respectivamente, podendo assim ser considerado um maciço eruptivo que emergiu há cerca de 70 milhões de anos dos terrenos do Carbónico marinho, existindo na zona de contacto geológico uma orla de metamorfismo com formações rochosas próprias. Os cumes atrás citados – as mais altas elevações do Algarve (e do Sul de Portugal) – são constituídos por rochas afins do granito: o sienito. Reconhecem-se aqui duas raras variedades de sienito: foiaíte e monchiquite.


Estas características em termos geológicos fazem-se acompanhar por um número de espécies de fauna e flora considerável. Neste último caso, refere-se a presença do carvalhedo (Quercus canariensis) por se encontrar em perigo de extinção.


No entanto, toda esta diversidade está grandemente comprometida devido à forte pressão urbanística numa das zonas de Portugal onde mais se constrói desenfreadamente. Nesta zona o turismo excessivo é um problema que urge minimizar para que se possa usufruir dos encantos de uma região tão maltratada do ponto de vista ambiental.
Para além disto, as formações rochosas podem estar sob risco devido aos consecutivos incêndios que deflagram todos os anos, pela altura do Verão, na zona. Este flagelo é originado pelo descuido na limpeza das matas, pela florestação incorrecta da zona com espécies não nativas e por mão criminosa.

Quando não existe vegetação, após um grande fogo, as rochas e o solo arável estão mais susceptíveis às acções da água (na altura das chuvas) e do vento.


Dever-se-ia assegurar uma protecção mais eficaz a este local. Temos de preservar os nossos espaços naturais! Ao preservar uma determinada zona, estamos a salvaguardar o habitat de um variado número de espécies. Tudo está interligado.

Saturday, February 3, 2007

Economia versus consciência


Existe uma mudança de opinião, por parte da espécie humana, em relação à atitude economicista que tem prevalecido desde tempos históricos. É verdade que um factor muito importante para a humanidade é a riqueza que os recursos naturais originam. Esta visão será sempre tida em conta e muito valorizada.

Mas para além disso, os aspectos científicos e estéticos estão a suscitar algum interesse, tanto pela beleza de certas paisagens como pela informação científica que advém dos materiais rochosos. Já se fala, inclusive, da conservação da geodiversidade e das relações existentes entre esta e a biodiversidade. Isto só demonstra que a atitude humana está a ser cada vez mais consciente e racional em relação ao meio envolvente.


Mudanças necessárias!

Algumas civilizações antigas tinham algum fascínio e veneração pelo meio que as envolvia. No entanto, grande parte da Humanidade teve sempre uma atitude, em relação à geodiversidade, de incompreensão e desprezo. A natureza tinha de ser "domada", pois representava um estado rude e primário. Tivemos de criar o nosso próprio ambiente de modo a ordenar aquilo que parecia imperfeito. No entanto, em séculos recentes, reconhecemos que existia o belo na Natureza, em todas as suas formas e diversidades. Iniciámos uma aquisição de conhecimentos e estudos que permitiram obter informações preciosas para a defesa e respeito do meio em todas as suas vertentes. Foi um processo gradual e que ainda se está a desenvolver. Hoje estamos mais conscientes e informados de como o que está à nossa volta é precioso e fascinante.