Thursday, February 15, 2007


Serra de Monchique – Algarve

Em termos de património geológico a serra de Monchique evidencia dois cumes gémeos de origem vulcânica – a Foia e a Picota – que atingem 902 m e 744 m de altitude, respectivamente, podendo assim ser considerado um maciço eruptivo que emergiu há cerca de 70 milhões de anos dos terrenos do Carbónico marinho, existindo na zona de contacto geológico uma orla de metamorfismo com formações rochosas próprias. Os cumes atrás citados – as mais altas elevações do Algarve (e do Sul de Portugal) – são constituídos por rochas afins do granito: o sienito. Reconhecem-se aqui duas raras variedades de sienito: foiaíte e monchiquite.


Estas características em termos geológicos fazem-se acompanhar por um número de espécies de fauna e flora considerável. Neste último caso, refere-se a presença do carvalhedo (Quercus canariensis) por se encontrar em perigo de extinção.


No entanto, toda esta diversidade está grandemente comprometida devido à forte pressão urbanística numa das zonas de Portugal onde mais se constrói desenfreadamente. Nesta zona o turismo excessivo é um problema que urge minimizar para que se possa usufruir dos encantos de uma região tão maltratada do ponto de vista ambiental.
Para além disto, as formações rochosas podem estar sob risco devido aos consecutivos incêndios que deflagram todos os anos, pela altura do Verão, na zona. Este flagelo é originado pelo descuido na limpeza das matas, pela florestação incorrecta da zona com espécies não nativas e por mão criminosa.

Quando não existe vegetação, após um grande fogo, as rochas e o solo arável estão mais susceptíveis às acções da água (na altura das chuvas) e do vento.


Dever-se-ia assegurar uma protecção mais eficaz a este local. Temos de preservar os nossos espaços naturais! Ao preservar uma determinada zona, estamos a salvaguardar o habitat de um variado número de espécies. Tudo está interligado.

1 comment:

Edmundo Bolinhas said...

A paisagem serrana do Algarve é uma das zonas mais ameaçadas do nosso país, apresentando elevados índices de desertificação.
Verifica-se uma necessidade premente de valorização dessas zonas, que passa pela fixação das populações, permitindo assim a salvaguarda dos valores naturais.
Remeto-vos para a leitura de um documento sobre oBio-Parque de Monchique , que é revelador das fragilidades daquela região, mas que também nos mostra o caminho para o desenvolvimento de algumas das suas potencialidades.